quarta-feira, 20 de novembro de 2024

 

O Beco.

De forma quase despercebida uma rua estreita, diferente das demais, desenrola-se sutilmente, trazendo a lembrança de tempos idos. O calçamento gasto pelo tempo, composto de pedras irregulares, o silêncio romântico, quase poético, diferindo do movimento da urbe agitada, numa teimosia rebelde, parece desafiar o tempo e as mentes. Quantos “causos” por aqui se desenrolaram escondidos na penumbra do tempo. Velho beco, fragmento de saudade, tu permaneces intacto desafiando a memória dos saudosistas. Talvez algum conhecedor das velhas narrativas, desce por ti remoendo as lendas do passado remoto, quando a Vila, perdida nestas plagas, vomitava as riquezas de suas minas. O silêncio místico de seu calçamento, de seus muros e baldrames, representa hoje a memória viva e indelével de uma realidade que ficou perdida no tempo e na saudade... 

Nota: A propósito desse pedacinho escondido de Paracatu.

Geraldo Mendes Paiva – Nov/2024  

 

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