O Beco.
De
forma quase despercebida uma rua estreita, diferente das demais, desenrola-se
sutilmente, trazendo a lembrança de tempos idos. O calçamento gasto pelo tempo,
composto de pedras irregulares, o silêncio romântico, quase poético, diferindo
do movimento da urbe agitada, numa teimosia rebelde, parece desafiar o tempo e
as mentes. Quantos “causos” por aqui se desenrolaram escondidos na penumbra do
tempo. Velho beco, fragmento de saudade, tu permaneces intacto desafiando a
memória dos saudosistas. Talvez algum conhecedor das velhas narrativas, desce
por ti remoendo as lendas do passado remoto, quando a Vila, perdida nestas
plagas, vomitava as riquezas de suas minas. O silêncio místico de seu
calçamento, de seus muros e baldrames, representa hoje a memória viva e
indelével de uma realidade que ficou perdida no tempo e na saudade...
Geraldo
Mendes Paiva – Nov/2024
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