A HISTÓRIA DO NOSSO LEITE
A história do nosso leite
A nossa região, além de grande produtora de gado de corte, também sempre foi produtora de leite.
A partir de 1908, com a compra das fazendas da região pela Brazil Land Companhy, implantou-se grande criatório de bovinos visando à produção de carne e leite.
Segundo depoimentos de antigos vaqueiros que trabalhavam para a citada Companhia, havia nas localidades de melhores pastagens os retiros. Alguns de menor importância em número de reses e benfeitorias; outros mais bem equipados, como os retiros da Novilha Brava, Riacho do Campo, Extrema. Outros como Limoeiro, Barra, Forquilha do Espinho, Boqueirão, Peri-Peri levavam sua produção até os retiros maiores onde era transportado o creme até à sede do retiro Extrema (hoje Brasilândia) onde fabricava-se manteiga, cuja exportação era processada através do vapor que aquela época aportava no Porto Extrema, onde hoje existe a ponte que transpõe o rio Paracatu.
Hoje modernos caminhões-tanque transportam o leite produzido, longe de pensar que em trilhas mal traçadas, rodavam carroças tracionadas por animais, enfrentando toda sorte de adversidades.
Narra o Senhor Manoel Pereira de Souza, que na década de 40, trabalhou no retiro da Novilha Brava, que muitas vezes, ao se aproximar da ponte do Gado Bravo, a carroça lotada de latas de creme era surpreendida pela onça que já espreitava a sua passagem; o animal apavorado quebrava tudo, arrebentava os arreios e disparava de voltava ao retiro; até hoje se encontra ferragens de arreios, denunciando os “acidentes” conforme mencionam os antigos vaqueiros.
Segundo narrativa do mesmo senhor, o retiro da Forquilha do Espinho não tinha sede com muitas benfeitorias, mas era bem localizado. Situado às margens do ribeirão Gado Bravo, rico em peixes e abundantes pastagens nativas. Interessante notar que hoje o leite percorre o caminho inverso, pois a Novilha Brava ocupava o segundo lugar na hierarquia dos retiros e toda a produção se direcionava a este retiro para depois seguir para a sede. Usava-se a desnatadeira onde se extraia o creme que enlatado destinava-se à fabricação de manteiga no retiro da Extrema.
Após a desapropriação pelo Governo Federal, as terras da antiga Companhia ficaram praticamente abandonadas até a implantação da Colônia Agropecuária do Paracatu em 1952; o gado tornou-se “brabesas” criando-se nas largas, como dizem, na lei da natureza. A produção de leite só foi retomada comercialmente em 1981, quando a ITASA de Montes Claros montou um pequeno posto de resfriamento em Brasilândia; na época a mesma parece não ter tido muito sucesso, passando posteriormente o controle para a NESTLÉ, que se mantém até hoje. A Cooperativa de Unaí passou também a atuar na região, melhorando significativamente o escoamento da produção leiteira.
Hoje se mudaram os processos de manejo e criação; alguns criadores adotam modernos equipamentos e produzem considerável quantidade de leite. Porém algo não mudou: a vocação da região para a pecuária de leite e corte.
Geraldo Mendes Paiva
Abril/2001
A nossa região, além de grande produtora de gado de corte, também sempre foi produtora de leite.
A partir de 1908, com a compra das fazendas da região pela Brazil Land Companhy, implantou-se grande criatório de bovinos visando à produção de carne e leite.
Segundo depoimentos de antigos vaqueiros que trabalhavam para a citada Companhia, havia nas localidades de melhores pastagens os retiros. Alguns de menor importância em número de reses e benfeitorias; outros mais bem equipados, como os retiros da Novilha Brava, Riacho do Campo, Extrema. Outros como Limoeiro, Barra, Forquilha do Espinho, Boqueirão, Peri-Peri levavam sua produção até os retiros maiores onde era transportado o creme até à sede do retiro Extrema (hoje Brasilândia) onde fabricava-se manteiga, cuja exportação era processada através do vapor que aquela época aportava no Porto Extrema, onde hoje existe a ponte que transpõe o rio Paracatu.
Hoje modernos caminhões-tanque transportam o leite produzido, longe de pensar que em trilhas mal traçadas, rodavam carroças tracionadas por animais, enfrentando toda sorte de adversidades.
Narra o Senhor Manoel Pereira de Souza, que na década de 40, trabalhou no retiro da Novilha Brava, que muitas vezes, ao se aproximar da ponte do Gado Bravo, a carroça lotada de latas de creme era surpreendida pela onça que já espreitava a sua passagem; o animal apavorado quebrava tudo, arrebentava os arreios e disparava de voltava ao retiro; até hoje se encontra ferragens de arreios, denunciando os “acidentes” conforme mencionam os antigos vaqueiros.
Segundo narrativa do mesmo senhor, o retiro da Forquilha do Espinho não tinha sede com muitas benfeitorias, mas era bem localizado. Situado às margens do ribeirão Gado Bravo, rico em peixes e abundantes pastagens nativas. Interessante notar que hoje o leite percorre o caminho inverso, pois a Novilha Brava ocupava o segundo lugar na hierarquia dos retiros e toda a produção se direcionava a este retiro para depois seguir para a sede. Usava-se a desnatadeira onde se extraia o creme que enlatado destinava-se à fabricação de manteiga no retiro da Extrema.
Após a desapropriação pelo Governo Federal, as terras da antiga Companhia ficaram praticamente abandonadas até a implantação da Colônia Agropecuária do Paracatu em 1952; o gado tornou-se “brabesas” criando-se nas largas, como dizem, na lei da natureza. A produção de leite só foi retomada comercialmente em 1981, quando a ITASA de Montes Claros montou um pequeno posto de resfriamento em Brasilândia; na época a mesma parece não ter tido muito sucesso, passando posteriormente o controle para a NESTLÉ, que se mantém até hoje. A Cooperativa de Unaí passou também a atuar na região, melhorando significativamente o escoamento da produção leiteira.
Hoje se mudaram os processos de manejo e criação; alguns criadores adotam modernos equipamentos e produzem considerável quantidade de leite. Porém algo não mudou: a vocação da região para a pecuária de leite e corte.
Geraldo Mendes Paiva
Abril/2001
Nenhum comentário:
Postar um comentário