terça-feira, 23 de janeiro de 2018

NOSSAS RUAS

NOSSAS RUAS


A Vila Santo Antônio tem o seu traçado topográfico bastante moderno. De acordo com a planta as quadras e ruas são conhecidas por números. As ruas em sentido longitudinal são denominadas por números pares e as transversais por ímpares.
A Câmara Municipal de Dom Bosco, em 1998 oficializou com nomes de pessoas falecidas e ligadas à comunidade a nomenclatura das ruas. Assim sendo, segue abaixo alguns dados dessas pessoas que tiveram seu nome ligado à história da Vila.

Rua Três – Oliveira Correia da Silva
Homem de grande fibra. Pobre, muito trabalhador, criou sua família com grande dificuldade. Morou em carvoeiras, em casebres de palha. Casado com Dona Terezinha, falecida ainda nova, deixou os filhos pequenos entregues aos seus cuidados. Diante de tamanha dificuldade deu os filhos Vandeir e Maria Luzia para serem criados por outras famílias. Passou por uma operação no intestino usando uma sonda a qual não o impedia de executar os mais pesados trabalhos, causando inveja a muitos sadios. Em todo lugar que morava deixava um belo pomar plantado. Natural de Patos de Minas, era conhecido pelos casos que contava, suas “mentiras” Faleceu e foi sepultado em Brasília na década de 80.

Rua Sete – José Mauro Barbosa
Da região de Felixlândia chegou na Colônia em setembro de 1964. Apesar de nunca haver casado sempre foi arrimo de família. Juntamente com a mãe, Dona Severa, criou e educou as duas sobrinhas, tornando-as professoras. Humilde, prestativo, vicentino, pau para toda obra, sempre se destacava pela sua disponibilidade em prestar serviços. Sua morte ocasionada por doença cardíaca em 20/10/84 consternou a população. Deixou como legado o exemplo de serviço e doação ao próximo.

Rua Nove – Joaquim Patrício da Silva.
Joaquim como era conhecido. Juntamente com sua esposa Dona Raimunda, a popular Dona Dica, criou numerosa prole. Era lavrador e cuidava das roças de onde tirava o sustento da família. Procedente da região de Felixlândia morou por muito tempo na esquina da rua que leva seu nome. Após longa enfermidade, veio a falecer às vésperas do Natal de 1995.

Rua Onze - José Feliciano Ferreira
Chegou à Vila quando apenas o mato dominava, nas invasões de 1960. Natural de Januária, era casado com Dona Rita, possuía muitos filhos. Conhecido como “Zezinho Bolão” era o encarregado da entrega dos lotes urbanos. Pregoador de leilões na capela, figura muito popular. Sempre ajudou nos primeiros tempos do arraial. Já na década de oitenta, após a viuvez passou a morar nas carvoeiras para as bandas de Brasilândia. Foi assassinado nas ruas do Bairro do Porto naquela cidade, nas proximidades do Natal.

Rua Treze – Antônio Francisco de Freitas
Natural de Felixlândia. Com as inundações provocadas pelo represamento de Três Marias, mudou-se para Unaí e posteriormente, em setembro de 1972, chegou à Vila. Casado com Dona Petrina com que teve numerosos filhos. Trabalhava na lavoura. Sempre bem humorado, com seu cigarro entre os dedos, gostava de um bate-papo. Seu falecimento em julho de 1984, trouxe grande consternação.

Rua Quinze – Rosa Pereira Nunes.
Proveniente da região do São Francisco, de onde veio em 1964. Seu esposo Alberto morreu vítima do veneno da cascavel em novembro de 1966. Viúva lutou com grande dificuldade na lavoura para criar os filhos. Por morar em locais baixios, a família sempre enfrentou o impaludismo. Faleceu vítima de doença cardíaca no final da década de 80.
Rua Dois – José Gomes da Silva.
Também procedente das áreas inundadas por Três Marias. Em Julho de 1960 adquiriu o lote da barra da Novilha Brava. Casado com Dona Eleozontina, lutou com grandes dificuldades; a febre malária, as enchentes sempre constituíram um obstáculo para os ribeirinhos. Em 1973, em maio, perdeu um filho, Luiz Carlos, de nove anos, por afogamento no rio Preto Sempre conservou sua propriedade, apesar de todas dificuldades. Tio do famoso cantor e sanfoneiro Mangabinha. Faleceu em fevereiro de 1989 em Brasília, onde foi sepultado.

Rua Quatro – Gregório Cândido da Fonseca
Procedente de São José do Buriti. Membro da numerosa família dos Velosos, chegou banido pelas águas da represa de Três Marias. Casado com Dona Profelina, com a qual adquiriu muitos filhos. Lavrador, sempre lutou com as roças das quis tirava o sustento da família. Veio a enfermidade e apesar de tudo, continuou lutando. Numa tarde de maio de 1975 às margens da Ferradura, em sua roça, veio a falecer repentinamente.

Rua Seis – Av Irineu de Paiva
Natural de Lima Duarte de cuja fundadora descende. De tradicional família, perdeu os pais ainda criança. Foi internado no colégio dos Padres do Verbo Divino em Juiz de Fora, a “Academia do Comércio” onde permaneceu até a juventude. De espírito aventureiro, sempre gostava de mudar, conhecer novas terras. Ainda jovem morou em São Paulo, nos tempos do “Ford de Bigode” e conhecia todos os logradouros paulistanos. Casado com Dona Francisca também de tradicional família mineira, com a qual adquiriu seis filhos. Dado ao seu espírito aventureiro ao deparar em um pedaço de jornal de embrulho a notícia sobre a Colônia do Paracatu lançou-se a aventura de conhecer estas plagas. Saindo de uma cidade no leste de Minas, reuniu a família e enfrentando toda sorte de dificuldade, inclusive de transporte, aventurou-se pelo sertão desconhecido. Em janeiro de 1959 radicou-se no lote da Novilha Brava. Sempre a pedido dos administradores, tomava conta dos interesses da Colônia inclusive a reserva onde se formou a Vila. Muito popular, era conhecido pela sua paixão pelos cavalos e burros, paixão herdada de seu pai. Não havia uma noite em que não desse uma volta a cavalo; seus animais já acostumados, sabiam que não havia um dia sequer que escapassem da sela. Fumante inveterado encontrava os amigos e em cima da sela mesmo, trocava com o parceiro o fumo e a palha conforme o ritual, um bate-papo montados nos animais que pacientemente esperavam o seu final. Faleceu em 30/01/81 no hospital em Brasilândia sendo sepultado no dia seguinte, conforme o seu desejo, no cemitério cujo terreno foi por ele mesmo doado em 1972. Além da avenida também a caixa escolar leva o seu nome.

Rua Oito – Virgílio Gomes da Silva
Sô Virgílio Facão como era conhecido. Homem forte, destemido, chegou na Colônia em junho de 1961, tangido pelas águas de Três Marias. Criou numerosa família, tendo enviuvado cedo. Conhecido por sua habilidade em fazer cercas; com sua força hercúlea removia pesados troncos. Destacava-se pela sua fidelidade aos amigos. Já velho, com deficiência visual, lutava com grande dificuldade. Folião de Santos Reis com sua inseparável caixa veio a falecer com a idade avançada justamente no dia de Reis, seis de janeiro, na cidade de Paracatu.
Quadra Poliesportiva – Josino Barbosa de Souza.
Chegou à Colônia em 1964 vindo de Felixlândia. Casado com Dona Izaura, sempre lutou com lavouras e criações. Homem disposto e trabalhador, embora com pouco estudo era desembaraçado e empreendedor. Sempre disponível para ajudar qualquer empreendimento da comunidade. Possuía o carisma de reunir o povo para qualquer iniciativa. Faleceu moço em agosto de 1973, vítima da doença de Chagas. Deixou a viúva com muitos filhos ainda crianças.. 

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