PERÍODO DE ADAPTAÇÃO
Período de adaptação.
Terminada a longa fase da mudança, começou o período de adaptação. Tudo era diferente a começar pelo vocabulário. Novas palavras tiveram que ser incorporadas. A vegetação toda diferente, precisava agora saber e decorar o nome de cada espécie. As madeiras cada qual própria para determinada coisa; umas eram de lei outras não tinham longa duração. A famosa aroeira logo tornou-se conhecida, seu cerne avermelhado e sua dura resistência facilitou sua identificação. Outras como baru, tingui, sucupira, umburana, pau d´oleo, capitão, cagaita e uma infinidade de nomes esquisitos. O linguajar do pessoal era totalmente diferente. Fomos acostumando devagar. Troca aqui era catira, terra de boa qualidade como beira dos rios e córregos eram as culturas, capim jaraguá, provisório, isqueiro, binga; as pessoas mais idosas eram chamadas de velho como por exemplo Véio Olimpio, Véio Timóteo. Quando um adoecia diziam que azangou, menino artioso, menino custoso como também qualquer animal ou gente que tivesse alguma treta. Automóvel, jeep, carro de fogo, estrada linha, cavalo reprodutor era pastor, quando uma mulher ganhava nenê, davam uma saraivada de tiros de espingarda anunciando a vizinhança. Acostumados com produtos de milho como angu, aqui só de milho verde pois não existia moinho dágua. Usava-se muita roupa de algodão tecida e confeccionada pelas tecelãs, inclusive colchas e redes. Alguns costumes como dobrar o milho quando a palha começava a branquear, vigia de passarinho, medidas como atilho, alqueire. Na colheita o arroz era vendido para os caminhãozeiros.
O povo tinha muitos costumes arraigados inclusive religiosos. As folias de Reis sempre foram uma forma de expressão de fé e cumprimento de votos. Dias santos muitos; a primeira segunda-feira de agosto não podia trabalhar porque era dia artiloso. Quando alguém ficava perturbado da cabeça, estava espritado. Havia missa uma vez por mês na Capela de Santo Alberto no Riachinho, lá era um ponto muito importante com igreja, cemitério, venda, farmácia; em setembro realizavam-se as festas de Santo Alberto e São Vicente de Paulo. Era a primeira capela da Colônia, feita de esteio e adobe; muito pequena para a população que para lá acorria. Quando havia missa geralmente havia batizados e casamentos. Debaixo das árvores ficavam os carros de boi com tudo necessário para dormir e cozinhar, as famílias vinham de longe. As noivas se preparavam num barraco de palha ao lado, os noivos se aprontavam debaixo de alguma árvore no cerrado próximo. Aos domingos a Conferência se reunia, além do culto dominical que já era celebrado naquela época por falta de padres. Quando o Frei Humberto chegava na casa de Dorinato que era o pouso, soltava-se foguetes para avisar a redondeza que o padre já havia chegado.
(GMP)
Terminada a longa fase da mudança, começou o período de adaptação. Tudo era diferente a começar pelo vocabulário. Novas palavras tiveram que ser incorporadas. A vegetação toda diferente, precisava agora saber e decorar o nome de cada espécie. As madeiras cada qual própria para determinada coisa; umas eram de lei outras não tinham longa duração. A famosa aroeira logo tornou-se conhecida, seu cerne avermelhado e sua dura resistência facilitou sua identificação. Outras como baru, tingui, sucupira, umburana, pau d´oleo, capitão, cagaita e uma infinidade de nomes esquisitos. O linguajar do pessoal era totalmente diferente. Fomos acostumando devagar. Troca aqui era catira, terra de boa qualidade como beira dos rios e córregos eram as culturas, capim jaraguá, provisório, isqueiro, binga; as pessoas mais idosas eram chamadas de velho como por exemplo Véio Olimpio, Véio Timóteo. Quando um adoecia diziam que azangou, menino artioso, menino custoso como também qualquer animal ou gente que tivesse alguma treta. Automóvel, jeep, carro de fogo, estrada linha, cavalo reprodutor era pastor, quando uma mulher ganhava nenê, davam uma saraivada de tiros de espingarda anunciando a vizinhança. Acostumados com produtos de milho como angu, aqui só de milho verde pois não existia moinho dágua. Usava-se muita roupa de algodão tecida e confeccionada pelas tecelãs, inclusive colchas e redes. Alguns costumes como dobrar o milho quando a palha começava a branquear, vigia de passarinho, medidas como atilho, alqueire. Na colheita o arroz era vendido para os caminhãozeiros.
O povo tinha muitos costumes arraigados inclusive religiosos. As folias de Reis sempre foram uma forma de expressão de fé e cumprimento de votos. Dias santos muitos; a primeira segunda-feira de agosto não podia trabalhar porque era dia artiloso. Quando alguém ficava perturbado da cabeça, estava espritado. Havia missa uma vez por mês na Capela de Santo Alberto no Riachinho, lá era um ponto muito importante com igreja, cemitério, venda, farmácia; em setembro realizavam-se as festas de Santo Alberto e São Vicente de Paulo. Era a primeira capela da Colônia, feita de esteio e adobe; muito pequena para a população que para lá acorria. Quando havia missa geralmente havia batizados e casamentos. Debaixo das árvores ficavam os carros de boi com tudo necessário para dormir e cozinhar, as famílias vinham de longe. As noivas se preparavam num barraco de palha ao lado, os noivos se aprontavam debaixo de alguma árvore no cerrado próximo. Aos domingos a Conferência se reunia, além do culto dominical que já era celebrado naquela época por falta de padres. Quando o Frei Humberto chegava na casa de Dorinato que era o pouso, soltava-se foguetes para avisar a redondeza que o padre já havia chegado.
(GMP)
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