NOVILHA BRAVA
Novilha Brava.
A região da Novilha Brava foi dividida em cinco lotes pecuários e trinta lotes agrícolas, sobrando ainda reserva de terras baixas cativas, sujeitas às enchentes do rio Preto. A reserva coberta por espessa vegetação, refúgio de antas, caititus, veados, sussuaparas, que viviam tranqüilamente e lambiam no seu famoso barreiro. Escondida por uma vegetação característica dormitava a lagoa Ferradura, cujo nome indica o formato, sendo reduto dos bichos mais ariscos que temiam a aproximação do homem. Espetáculo deslumbrante se notava à beira dos varjões quando inumerável bando de garças em revoadas, enquanto outras aquáticas inquietas buscavam algo para comer entre as plantas que vicejavam as margens do lagoão. Devido as suas terras cuja vegetação demonstrava grande fertilidade, começou a despertar a cobiça dos aventureiros, dando início no ano de 1960 as famosas “invasões”. Ainda em 1959 quase não havia ainda construções de alvenaria. Os colonos moravam em palhoças cobertas de buriti. A única casa de telha era a sede do antigo retiro. Com a entrada maciça de colonos, mesmo as reservas foram sendo invadidas. Com a reserva da Novilha, conhecida como “larguinha” não foi diferente. Em 1960 começou a ser ocupada, sendo suas matas derrubadas. O administrador na época resolveu dividir em pequenas glebas pois assim poderia colocar muitos colonos. A Vila surgiu em razão de haver muitos moradores e os terrenos todos alagadiços; urgia arrumar um local para agasalhar toda aquela gente. A única parte de terreno mais alta foi loteada em pequenos lotes para serem construídas as casas. O topógrafo Expedito Sebastião Ferreira ao fazer o levantamento reservou o lote da capela e da escola; escolheu o nome e o padroeiro: Santo Antônio. Isso foi em junho de 1963, mas tudo permaneceu como era: um matagal. Atendendo o pedido do Frei Humberto, pároco de Bonfinópolis, a população se mobilizou para a construção da capela. Em 3 de maio de 1965, após a limpeza do local, a exemplo da maioria das vilas e cidades, foi erguido o cruzeiro dando início a campanha em prol a construção da capela sob a direção de João Evangelista Peres, primeiro tesoureiro. No dia 27 de maio fundou-se a Conferência Vicentina de São José, a primeira festa de Santo Antônio foi celebrada no próprio dia do santo, sendo precedida de grande manifestação folclórica no levantamento do mastro trazido pelo povo da vargem próximo. Cantorias, instrumentos variados; afinal, nunca mais houve manifestação igual no levantamento. A iluminação feita por estacas de vinhático acesas no topo, iluminando o futuro adro. No barraco de palha de buriti foi celebrada a missa seguida de procissão em picadas abertas na capoeira, onde seriam posteriormente as ruas. A primeira missa tornou-se o marco de fundação da Vila cuja festa é celebrada anualmente durante os festejos do padroeiro. A capela teve sua construção iniciada em maio de 1966, sendo que em novembro foi celebrada a missa no novo templo. A escola já funcionava na região desde 7 de abril de 1957, tendo sido fundada nas cabeceiras do córrego do Banguelo e posteriormente ocupado um cômodo na casa antiga do retiro por seis anos. Com recursos do Programa “Aliança para o Progresso” do Presidente Kenedy iniciou-se a construção do novo prédio em 19/08/65; com duas salas e secretaria, grande conforto para a comunidade, em março do ano seguinte a escola instalou-se no mesmo.
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